Com o retorno de grandes shows internacionais ao Brasil, como os de Lady Gaga, Taylor Swift e Madonna, o país se firma novamente como um dos principais destinos de turnês mundiais. Mas o que muitos fãs não veem é que, por trás das cortinas, existe um verdadeiro show jurídico que precisa acontecer para que tudo saia como planejado.
Neste artigo, você vai entender os principais pontos legais envolvidos na realização de eventos de grande porte com artistas estrangeiros, desde a contratação até os direitos do público.
Os contratos que envolvem turnês internacionais são robustos e multidimensionais. Eles não cobrem apenas o valor do cachê do artista, mas também:
Além disso, é comum que esse tipo de contrato adote cláusulas de arbitragem internacional, o que exige que as produtoras nacionais estejam bem assessoradas juridicamente.
Dica EJUDI: O advogado precisa dominar tanto a legislação brasileira quanto princípios de Direito Internacional Privado.
Trazer uma turnê internacional ao Brasil tem implicações fiscais consideráveis. Entre os principais tributos:
Em muitos casos, os organizadores tentam enquadrar a operação em regimes especiais, como o REPES ou isenções pontuais oferecidas por prefeituras.
Um artista não pode simplesmente embarcar e se apresentar no Brasil. É necessário que ele e sua equipe solicitem o visto VITEM V, voltado para atividades culturais com fins lucrativos. Esse processo envolve:
Atenção: A falta do visto correto pode resultar em multas, deportação e até proibição de entrada no país por até 5 anos.
Todo evento de grande porte precisa seguir um rigoroso cronograma de autorizações:
A ausência de qualquer uma dessas etapas pode levar a interdição do evento, mesmo com tudo pronto para começar.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é a base para garantir que os espectadores sejam tratados com respeito e segurança. Ele se aplica a:
Recentemente, o STJ consolidou o entendimento de que o consumidor tem direito ao reembolso integral em caso de cancelamento, mesmo quando o ingresso é adquirido por plataformas terceirizadas.
Problemas durante shows não são incomuns — tumultos, superlotação, acidentes estruturais ou até falhas elétricas. Em todos esses casos, a produtora pode ser responsabilizada civilmente.
Dependendo do dano, também podem ser responsabilizados:
Dica EJUDI: É essencial prever cláusulas de responsabilidade compartilhada e contratar seguros específicos, como o seguro de responsabilidade civil para eventos.
Atuar juridicamente em eventos internacionais envolve uma combinação de:
É um campo riquíssimo para advogados(as) interessados em atuar fora dos ambientes tradicionais e com um perfil dinâmico e consultivo.
Conclusão
Por trás de uma performance eletrizante, há uma estrutura jurídica sólida que garante que o evento aconteça com segurança, legalidade e proteção a todos os envolvidos. Turnês internacionais exigem profissionais preparados e estratégicos — e o Direito é uma das engrenagens fundamentais dessa operação.
A EJUDI acredita que o Direito pode (e deve) estar presente nos palcos da cultura, da música e do entretenimento. Por isso, produzimos conteúdo e damos suporte para jovens profissionais que queiram ampliar seus horizontes.